O brasileiro é mundialmente conhecido por ser um povo extrovertido e bastante explícito na hora de demonstrar seus desejos e vontades. Mas aquilo que acontece entre quatro paredes muitas vezes não é revelado à primeira vista.
Uma pesquisa conduzida pelo site adulto Vivalocal revelou então quais são os fetiches mais populares e mais buscados pelos brasileiros.
De acordo com os resultados, o brasileiro realmente gosta de experimentar coisas novas e de se exibir ou observar, uma vez que sexo anal, BDSM, Cuckold, Swing e uso de fantasias e roupas de látex e couro estão no topo da lista dos principais fetiches do Brasil.
Mas quais são os fetiches sexuais mais buscados no país?
Então, o que torna o desejo em um fetiche? Conforme definido pelo dicionário Michaelis, um “fetiche é qualquer objeto, geralmente peças do vestuário, ou parte do corpo que se acredita apresentar qualidades mágicas ou eróticas”.
Lelah Monteiro, psicanalista e sexóloga, reafirma o significado e dá alguns exemplos do que podem ser os objetos. “Os fetiches sexuais são aqueles que a pessoa precisa de um objeto para executá-lo, como as conhecidas algemas ou o salto alto”.
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Para entender ainda mais o que excita o público, analisando dados do Google, os fetiches abaixo são foco do maior número de pesquisas no Brasil, com incríveis 585.835 pesquisas mensais combinadas.
Sexo anal liderou a lista com impressionantes 246.000 pesquisas mensais, empatado com BDSM. Em seguida, Fantasias tiveram 165.000 buscas e Cuckold ficou em quarto lugar, buscado 110.000 vezes. Swing teve 90.500 pesquisas e, completando os top 5 da lista, o fetiche por látex e couro teve 55.300 pesquisas em 2021.
Além de revelar as principais fantasias da população, a pesquisa também indica quais cidades são os maiores locais de busca sobre os fetiches favoritos do país.
Para a maioria das cidades, as pesquisas por BDSM superaram de longe todos os outros fetiches – mostrando que o filme Cinquenta Tons de Cinza ainda continua influenciando muita gente.
Isso não é surpresa para Lelah. “Com certeza o BDSM está no topo das buscas por conta da trilogia do Cinquenta Tons de Cinza”.
Para capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, que lideram a lista de volume de buscas, BDSM, uso de fantasias e o Swing têm presença forte no topo da lista.
Aliás, o BDSM é o principal fetiche de todas as capitais brasileiras, com exceção de Manaus. A capital amazonense foi a única cidade da pesquisa a ter o Cuckold como o principal fetiche mais buscado no ano passado, mostrando que os amazonenses gostam de experimentar algo novo.
O cuckold, que é quando homens têm prazer em observar suas parceiras com outros homens, tem crescido sua presença no Brasil.
Curiosamente, além do BDSM, fetiches como sexo anal, uso de látex e couro ou fetiches por calcinhas usadas, o cuckold tem se destacado pelo crescimento da procura pelo tema.
De acordo com a Psicóloga e Sexóloga Carla Cecarello, “Essa prática tem crescido hoje, sim, pois as mulheres têm se permitido ter outros relacionamentos, experimentar como são novas relações, vivenciar relações casuais. A mulher vem ganhando um novo espaço na sociedade e ela busca os mesmos direitos que os homens, principalmente no sentido sexual“.
Durante a pesquisa, foi possível observar particularidades de várias cidades brasileiras.
Porto Alegre, por exemplo, mostrou uma grande vontade de experimentar ou conhecer o cross dressing. Já Goiânia viu uma crescente na busca pelo famoso ménage à trois.
E João Pessoa teve a chuva dourada (ou o golden shower) entre suas principais buscas. Quem esperava por essa, não é mesmo? Quem gosta da prática, que tal organizar uma visita à cidade?
Analisando as tendências mensais de pesquisa sobre fetiches, não é surpresa que fetiches sexuais ousados e mais aventureiros atingiram o pico de pesquisas online nos meses de férias no país, no meio e no final do ano.
Pode-se dizer que muitos de nós podemos fantasiar e ter mais tempo para experimentar coisas novas quando estamos em férias, não é mesmo?
Carla explica que nesses meses de férias são bem propícios para essas procuras. “São meses que as pessoas estão mais abertas a novas experiências. Quando você está mais envolvido no trabalho, com muito estresse e correria, não é fácil buscar por novas práticas, como os fetiches. Férias são um período para descansar a mente, e você aproveita para curtir o que é importante para si”.
Para o BDSM por exemplo, podemos ver que o meio do ano viu um pico de pesquisas. Se o inverno pode ter sido frio do lado de fora para muitas cidades, entre quatro paredes as coisas têm esquentado e muito.
Curiosamente, fetiches como ter experiência com uma dominatrix, usar de roupas de látex, couro e fantasias, tiveram seu ápice em outubro. Isso pode indicar que muita gente que teve de ficar em casa durante o Halloween, aproveitou para celebrar a data de uma forma mais sensual e picante, com doces e travessuras.
Com a popularidade dos fetiches crescendo continuamente, nossa pesquisa também analisou a tendência crescente de pesquisas online para cada fetiche, dando uma ideia de quão populares esses fetiches estão se tornando.
O aumento dos fetiches pode ser em parte, devido à internet e à mídia popular, além de outras questões de comportamento e personalidade de cada um de nós. Lelah concorda, citando que “A mídia populariza sim os fetiches, seja pelos filmes, lançamento de cada um deles, e das músicas”.
Atualmente, com o aumento do conteúdo online, os fetiches também podem ser encontrados e alimentados em sites especializados em contos eróticos – mais uma mídia que contribui para o crescimento dos fetiches no país e no mundo.
Se você tem interesse em algum fetiche, pode ver pela nossa pesquisa que claramente você não está sozinho ou sozinha.
Mas é preciso entender melhor quais são os fetiches que você ou a outra pessoa têm, como querem experimentar e saber quanto eles podem ser bons ou ruins para você e seu relacionamento.
Ao participar de um fetiche, é importante garantir que todas as partes estejam seguras. Isso é reforçado por Lelah Monteiro, que afirma que “É essencial estar de comum acordo com o parceiro na hora de vivenciar um fetiche. Passar por um(a) sexólogo também é importante, para entender a origem, como deve e é possível realizar esse tipo de fantasia sexual”.
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Ela explica que “Fetiche ruim é chamado de parafilia. É aquele que faz mal para a outra pessoa e/ou para si próprio. Que atrapalha a sua relação, seu trabalho, ou que coloca em risco a sua vida ou a vida do outro”.
Carla reforça a ideia de ter um(a) parceiro(a) em que você confie, acrescentando que “Quando a pessoa vai expor um fetiche, primeiro ela tem de estar se sentindo muito segura, para que não se sinta exposta, ridicularizada ou sofra até mesmo um preconceito. Nem todo mundo entende bem os fetiches”.
Ela ainda reforça que “É importante estabelecer limites dentro da relação. Conhecer também o lado da parceira ou parceiro que não tem o fetiche, mas que gostaria de corresponder. Entender quais são as limitações dessa parceria, entender a necessidade de cada um. Isso é extremamente importante”.
Agora que você conhece mais o que os brasileiros mais procuram, que tal contar para gente qual é o seu fetiche favorito?
Um agradecimento especial aos seguintes especialistas no assunto:
Lelah Monteiro – Psicanalista e sexóloga (@lelahmonteirooficial)
Carla Cecarello – Psicóloga e Sexóloga (@cecarello)
Usando os dados do Google para entender os fetiches mais pesquisados em 2021, analisamos as cidades que mais pesquisaram os fetiches mencionados acima durante todo o ano.
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